sábado, 25 de junho de 2011

A sacralidade do lúdico.


Seu nome é Maria Eduarda Santos, chamada pelos amigos e familiares carinhosamente de Duda; ela tem cinco anos. Seus pais freqüentam uma igreja da Assembléia de Deus na cidade de Manaus. Como qualquer criança dessa idade é tagarela e tem uma capacidade enorme de perder a concentração nas respostas. Perguntei a ela quem era Deus, ela responde que Deus era o papai do céu. Tudo bem! Perguntei quem foi que disse para ela que papai do céu existia. Duda diz que foi a sua mamãe e o seu papai que disseram para ela. –“Você quer que eu cante a musica do papai do céu?” disse ela com um sorriso no rosto. Respondo:- Sim! Ela canta uma musica aprendida na escola dominical. Duda, diz que papai do céu não gosta de menina mal criada, e nem de menina que assiste desenho de “bicho feio”. Como é o papai do céu Duda?

– Papai do céu é bonzinho, ele gosta de mim, ele também gosta da Alice. (irmã). Pergunto a Duda onde é a casa do papai do céu, ela me diz que ele mora no céu, um lugar muito bonito. Pergunto como é a figura de Deus, ou com ele se parece. Ela diz que é um homem gigante de tez clara, com roupas bem brancas sentando em uma cadeira de ouro que parece com um sabonete, bem lisinho. Não contive as risadas ao ouvir minha nobre entrevistada descrever a “cadeira” de Deus como um sabonete bem lizinho.

O fantástico de tudo isso, é que mesmo pequena Duda já consegue conceber o transcendente, ela me diz que um dia ela ira morar com o papai do céu. Pelo que pude notar a figura de Deus no pequeno mundo de Duda é antropomórfica e antropopática; Deus tem sentimentos, e se entristece com os erros dos humanos e fica com raiva de meninos peraltas.

Um comentário:

  1. interessante o texto, continue a postar já que tinha abandonado teu blog IoI....

    ResponderExcluir