sábado, 24 de janeiro de 2009

Chamaram-me de Pastor.




“Agora volto a direção do trabalho ao Pastor Fanuel” essas foram as palavras que a irmã que estava dirigindo o culto na modesta congregação que esta sobre os nossos cuidados dissera após terminar a sua ministração. Pastor Fanuel? Isso me soou estranho, porque no momento passou pela minha cabeça os grandes vultos da nossa denominação; homens abnegados que não mediram esforços para lançarem a mensagem do pentecostalismo no solo pátrio; comparar-me a um deles é um disparate, mas ao mesmo tempo fora como uma suave musica aos meus ouvidos, porque estou certo que fui chamado para isso, pretensão? Não! Eu chamo isso de convicção. Ingresso no ministério Pastoral ainda solteiro, para muitos motivo de escândalo, para outros um lampejo de mudança das estruturas petrificadas e petrificantes da AD Brasil, e ainda para alguns (não poucos), mas uma prova de nepotismo, como se pelo fato de sermos filho de pastor não pudéssemos ter a prerrogativa da chamada divina, bom, mas isso eu comento em um outro artigo.
Na convivência com o rebanho de Deus, na faina do ministério pastoral, descobrimos empiricamente o porquê o apostolo Paulo chama o amor de o caminho mais excelente, percebemos que os nossos macetes ecliseológicos, muitas vezes desprovidos de sentimentos não são suficientes, pois só quem ama pode desenvolver com excelência o ministério pastoral. “Ame, depois ensine” (Spurgeon).
Não foi preciso muito tempo, para perceber que as ovelhas estão confusas, pois lobos têm entrado sorrateiramente em nossos apriscos, e o que torna a situação mais ambígua; é que pastores e lobos, ainda que com motivações diferentes, possuem muitas coisas incomuns, ambos se interessam por ovelhas e procuram estar perto delas; assim como os pastores evoluíram, os lobos não ficaram apáticos com métodos esclerosados, ampliaram o seu poder de disfarce, e cada dia fica mais difícil diferenciar um lobo de um pastor. As vezes os lobos são até aparentemente mais atrativos, advogam um poder inumano, enquanto os pastores reconhecem que são falhos. Os lobos gostam dos holofotes, enquanto o ministro de Deus prefere ficar na sombra da Cruz, os mercenários estão interessados em tornarem celebres os seus nomes, os pastores vociferam tal como João Batista, “Importa que Ele (Jesus) cresça e que eu diminua”. Sei dos desafios, estou cônscio que não me locupletarei materialmente, e que muitas vezes chorarei no exercício pastoral, mas nada vai tirar de mim nesse momento a satisfação de ter ouvido da boca de uma senhora idosa, (85 anos) “ali vai o meu pastor”, ou de ter pego o pequeno Arthur Gabriel no colo (2 anos) quando ele balbuciou a palavra “patoe”, isso enobrece o meu ministério, me faz ver rosas em meio a espinhos, gerações que dão as mãos e cantam em uníssona voz: - Deus te abençoe meu Pastor! Por isso não vou parar, pois quem lança mão no arado e olha para trás, não esta apto para a auspiciosa carreira ministerial.


Orando por vossas vidas.
Fanuel Santos