segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Obrigado irmã Doris.




Diante da mais teimosa e iniludível manifestação da finitude e impotência humana, resta-nos apenas chorar e trazer as lembranças que marcaram de forma indelével nossas vidas; e reconhecermos que formos agraciados pela providência de termos ao lado a nossa querida irmã Doris. Cheguei ao IBAD (Instituo Bíblico das Assembléias de Deus) ainda imberbe, mais respirando sonhos megalomaníacos de sucesso e aprovação ministerial, municiado pelo pensamento do momento: “Pastor bom precisa fazer barulho”, não me atentei para aquela senhora de sorriso fácil e andar calmo, cujo silêncio e doçura no olhar ainda me faz ver quão mesquinho fora eu.
Os dias foram passando, e os meus valores e ambições começaram a serem confrontados com o exemplo da irmã Doris, em sua estética religiosa não havia espaço para expressas maquiagens de hipocrisia, seu amor por missões me inquietava, o som do seu piano enlevava o meu espírito, o sabor dos seus quitutes faziam os iabadianos falarem em mistério (rsrsrsrs!)
As 12:30 do dia 23 de outubro de 2009, a nossa querida irmã Doris entrou os portões celestes, todavia os seus exemplos são insepultos, seus conselhos ainda vão ecoar nas minhas noites insones. Obrigado irmã Doris por tudo, e esteja certa que não vou temer quando as treves descerem, saberei que o Mestre vai estar comigo, e a sua meiga voz acalmara o mar agreste. Por causa da Senhora e do Pastor Kolenda, eu tenho orgulho de ser ibadiano.. " O mundo não era digno dessas pessoas" (Hebreus. 11.38)


Em Luto;

Fanuel Santos

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Oração pela cidade


Apesar de ser escrita a quase um século, a oração do Pastor Walter Raushenbush, principal criador e articulador da Teologia do Evangelho Social, expressa e sintetisa nossos anseios e utopias em relação ao espaço urbano. Rogo a Deus pelo o dia em que os catequisados e catequisadores do protestantismo no Brasil, anelem e lutem por cidades mais justas. Fanuel Santos.



"Ó Deus, oramos pela cidade que amamos e da qual nos orgulhamos.
Alegramo-nos com sua beleza e seu comércio, suas lojas e suas
fábricas, seus mercados e suas feiras – onde todos se juntam a trabalhar; e com seus lares – onde as pessoas se encontram para o
repouso e o amor.
Ajuda-nos a fazer com que a nossa cidade seja a oficina comum do
nosso povo, onde cada um poderá achar seu lugar e sua missão
para assim construir diariamente sua vida, dando com suas mãos e
sua mente aquilo que de melhor tem. Ajuda-nos também a fazer de
nossa cidade o grande lar do nosso povo, onde todos poderão viver
suas vidas com conforto, sem medo, em paz e amando uns aos
outros.
Une nossos cidadãos não só pelo elo do dinheiro e do lucro, mas
também pela boa vontade comunitária, pela emoção de alegrias
comuns, e com o orgulho de seus bens comuns. Quando formos
traçar as metas grandiosas para o futuro de nossa cidade, permite
que lembremos sempre que a sua verdadeira riqueza e grandeza
consistem não só na abundância daquilo que possuímos, mas
também na justiça das instituições e na irmandade dos que nela
habitam. Torna-a rica com seus filhos e filhas e que fique famosa
através das paixões grandiosas que os inspiram.
Somos-te gratos pelos homens e mulheres do passado que, pela sua
generosa devoção ao bem comum, foram os pilares de nossa
cidade. Permite que nossa geração possa continuar dignamente a
construir sobre os fundamentos que eles lançaram. Se, no passado,
houve quem tivesse se enriquecido pela apropriação indevida dos
bens públicos, manchando assim a honra da cidade por causa de
sua ganância, dá-nos, nós te pedimos, a raiva justa de cidadãos,
para que possamos expurgar essa vergonha e ela não venha a
macular os anos futuros. Dá-nos uma visão de nossa cidade, bela
como deverá ser: cidade onde impere justiça, onde um não será
vítima de outro; cidade de abundância, onde o vício e a pobreza não
mais existirão; cidade fraterna, onde os empreendimentos terão
como fundamento o serviço ao povo e as honras serão dadas
somente aos que são realmente merecedores delas; uma cidade
pacífica, onde a ordem não reinará pela força, e sim pelo amor de
todos pela cidade, que é a grande mãe da comunidade. Escuta, ó
Deus, as orações silenciosas de todos os nossos corações,
enquanto devotamos nosso tempo, forças e pensamentos para que
chegue logo o dia em que ela se tornará bela e justa. Amém."


(Oração pela Cidade – Walter Rauschenbush, 1910)