sábado, 18 de abril de 2009

Deus e o Pássaro encantado de Rubem Alves, muitas semelhanças, e uma irreconciliável diferença.


Fora nas sujas e ralas estantes da biblioteca de minha escola, que fui apresentado e passei a gostar de Rubem Alves,”Mineiro de Boa esperança”. Naqueles dias, vésperas de 7 de setembro todo mundo estava eufórico com as apresentações cívicas, garotas ensaiavam suas coreografias, recebendo pequenos afagos das professoras, e ignoravam ou fingindo ignorar os olhares maliciosos dos meninos, que naquela idade (17 anos) transpiravam testosteronas, do outro lado da sala um garoto magrelo apostrofava contra a parede: “Brasil ame-o ou deixe-o” todos correndo de um lado para outro, afinal de contas, na minha cidade há uma grande rivalidade entre as escolas, ninguém quer fazer feio para a população. E eu, como sempre, entediado com aquilo tudo, fui para a Biblioteca olhar alguma cousa que me despertasse, me provocasse para fora do casulo existencial. Foi ali no meio da literatura infantil, que encontrei o livro intitulado A MENINA E O PASSÁRO ENCANTADO (edições Loyola) texto pequeno, como diz o Doutor Alan Ricardo um opúsculo. Li todo texto, em meia hora, não resistir falei com a bibliotecária e levei o livro para casa, li novamente para minhas priminhas, que hoje não são tão ‘innhas’ assim.
O texto diz sobre uma menina que tinha um pássaro como melhor amigo, mas não se tratava de um pássaro qualquer, era pássaro encantado que voava livremente por todos os lugares, e sempre voltava para a menina. Suas penas tinham a capacidade de ficar com as cores dos lugares onde ele estivera, e sempre que voltava para a menina, contava estórias das suas viagens pelo mundo, das suas aventuras pelas gélidas terras, ou pelos lugares queimados pelo o sol.
A menina dava asas a sua indômita imaginação, e no salto de ousadia e transcendia não ficava apenas como espectadora da estória, entrava no mundo mágico das aventuras do pássaro e sonhava que também estivera com ele em suas andanças. Mas todas as vezes que o pássaro ia embora, ela chorava e almejava a volta do pássaro. Em uma insone noite, ela tem a malvada e inocente idéia de trancar o seu pássaro dentro de uma gaiola, assim ela fez quando ele voltou.. Que Tristeza! O encanto do Pássaro estava, justamente na liberdade que ele tinha, suas penas ficaram pálidas, seu canto não se ouvia mais, sua aparência ridícula, a sua beleza só voltou quando a menina o soltou... Sobre Deus
Afirmamos que Deus é livre, que ele é Senhor, nos encantamos com os seus feitos relatados na Bíblia, ficamos em êxtases com as suas cores das suas penas pintadas nos testamentos, rimos, choramos com a sua presença, e num ato de egoísmo queremos aprisionar a Deus nas nossas gaiolas ortodoxas, fazemos casinhas bem bonitas de boas obras para termos Deus por perto, tentamos explicar logicamente como conseguimos aprisioná-lo, não queremos o relacionamento da graça, preferimos a gaiola.
Mas Deus não é Pássaro para ser preso em gaiolas, Deus é Espírito, então o máximo que conseguimos e trancar as nossas concepções sobre Ele, olhamos para as nossas gaiolas, e vemos não Deus, mais sim um ídolo que criamos a nossa imagem e semelhança, Deus também não pode ser explicado logicamente, pois Ele seria do tamanho da lógica que o define. A beleza de Deus esta na liberdade dEle. Incomodo-me com os religiosos que vivem de maneira triste, sorumbática, carregando o seu “deus” dentro de uma gaiola, mostrando a todos os seus argumentos, em lutas ortodoxolatras matam a vida, acendem fogueiras, mandam gente para o inferno, por quê? Apreço em dizer: É porque o deus deles já caiu as penas, já cessou o canto, não é o JAVÉ que esta assentado sobre o globo terrestre( Isaías 40.22), é um deus pobre e triste, que se assenta sobre uma gaiola, e obedece ordens humanas. (EU determino!!!)
Quero viver a minha vida com Deus, como um garoto que ouve o canto de um pássaro e sai correndo atrás, dando boas gargalhadas, erguendo a mão para o céu tentando tocar o intocável, mesmo caindo, às vezes chorando, mas sempre perseguindo a utopia de tocar o pássaro encatado. Então abramos as gaiolas ortodoxas, as janelas das nossas igrejas, e deixemos Deus voar voos (agora sem acento) mais altos, deixemos que Ele seja Deus livre, e não um ídolo Preso.

Orando por vossas vidas;


Fanuel Santos.. Outono de 2009.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

AgnosKo Theos.. (Deus desconhecido)

Antes de prosseguir em meu caminho
e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,
elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração,
tenho dedicado altares festivos para que, em
Cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
“Ao Deus desconhecido”.
Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.
Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante,
quero Te conhecer, quero servir só a Ti
.

[Friedrich Nietzche]

(Traduzida do alemão por Leonardo Boff)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Para falar de futebol..


Meus amigos me criticaram que eu nunca escrevo sobre futebol, então para quebrar a rotina, vou falar um pouco de um cara que teve a honra de começar a jogar no meu Flamengo. Adriano fez sua primeira partida no time profissional do Flamengo em 2 de fevereiro de 2000, entrando nos minutos finais do empate com o Botafogo em 2 a 2. Porém, quatro dias depois, o primeiro dos sonhos de Adriano se concretizou. Ele entrou no intervalo da partida contra o São Paulo, no Morumbi, pelo Rio-São Paulo, no lugar do lateral-direito Maurinho. O Flamengo precisava desesperadamente da vitória para manter suas chances de classificação para as semifinais. E Adriano teve uma estréia inesquecível com a camisa rubro-negra. Ele entrou no segundo tempo, fez um gol com menos de cinco minutos em campo e deu passe para outros três gols na goleada do Flamengo: 5 a 2. Agora como já diria Dom Casmurro, vamos aos motivos que me põe a “pena” a mão.. (gosto disso)

Jovem, rico e famoso, não é belo, mas tem nome de imperador e jogava em um dos maiores clubes de futebol do planeta. Andava em belos carros, morava em uma das cidades mais caras do mundo, circulava nas festas baladas ao lado de belas mulheres, os fotógrafos não o deixava em paz. Da infância pobre na vila cruzeiro no Rio de Janeiro, Adriano conheceu rápido o estrelato. Na inter de Milão ele era o imperador, no Brasil ele era exemplo de um vencedor, alguém que rompera todos os macabros determinismos de uma das favelas mas perigosas do Brasil e alcançou o sonho de 10 entre 9 meninos do Brasil (eu não consegui). Concordo com todas as defições, realmente ele em campo lembrava os grandes imperadores, é um exemplo de vida (Apesar do Pelé dizer que não!) para muitos. Mas não é o que ele mesmo diz, pelo menos agora. Em coletiva com a imprensa ele diz que era um infeliz.. Meu, na sociedade hedonista que vivemos ele era o exemplo-mor de alguém feliz, o paradigma de sucesso para 10 entre 9 meninos do Brasil , entretanto ele abdica isso tudo porque na verdade ele estava miseravelmente infeliz. Opa!! Infeliz? Nossa me disseram que a felicidade esta na tríade Dinherio-sucesso-futebol. Mas os seres humanos são inadequados, somos seres de transcendências, ou como já diria o Frei o Leonardo Boff: Recusamo-nos a aceitar a realidade na qual estamos mergulhados porque somos mais, e nos sentimos maiores do que tudo o que nos cerca. Então em busca da felicidade arriscamos, deixamos tudo. Fazemos campanha, a oração de Jabez, lemos livros, bom dia Espírito Santo, Max Lucado, Leonardo Boff , (rsrsr!) abandonamos a Inter de Milão, tudo para sermos feliz. A vida humana me intriga, me tira o sono. Como Pastor ouço relatos de jovens que entram em lutas quixotescas para conseguirem a felicidade, casais que unem , separam, tudo pela a felicidade. O que ser Feliz? O que é a felicidade? A Bíblia não diz o que é a felicidade, uma das razões porque a amo e me fascino, é que ela não simplifica a realidade humana, ela não é uma questão de causa e efeito, Deus nos tira das creches existenciais e nos lançam ao mundo, para experimentarmos, para sermos artesões de nossa historia, somos homens e não máquinas. Para Adriano a felecidade tem nome e endereço, "Vila Cruzeiro" não o critico admiro a sua postura e coragem de assumir que era infeliz. Boa Sorte Adriano, viva a liberdade de cantar e cantar na beleza de ser um eterno aprendiz. Ah! Sobre o Futebol O MENGÃO Joga contra o Fluminense Domingo. Mais mesmo assim haverá EBD, quem sabe se um dia ganharmos a Libertadores. Rsrsrs.. Abraços Flamenguistas.


Orando por vossas Vidas;


Fanuel SAntos de Souza;;

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Eu...




Eu.
Bípede implume, primata desenvolvido, Imago Dei...
Eu.
Mito, Rito, esperança. (Parousia)...
Eu.
Protestante, Relutante, Petulante...
Eu.
Pedaço de meus pais, Gene de ancestrais, definições parciais...
Eu.
Me caço em mim, me encontro em ti, me perco em nós...
Eu
Id, Ego, Superego. (conflito)
Eu.
Sandices, crendices,Tolices...
Eu.
Fanuel, Santos, d´Souza...
Eu?
Eu, Eu, EU