quarta-feira, 13 de maio de 2009

A relevância da teologia wesleyna para igreja brasielira..

Introdução.

Inglaterra início do século XVIII, o contexto era de intensas crises sociais, infantes em idade escolar eram desumanamente explorados nas minas de carvão, os operários chegavam a trabalhar 16 horas por dia pelo um mísero salário; os pobres ficavam mais pobres, e sendo assolados por chagas e frio. Nesse contexto surge Jhon Wesley, fundador do metodismo, pregando um evangelho mais humanizante, resgatando o principio da Imago Dei no humano, visitando enfermos, e presídios, enfatizando a necessidade de santificação. Teologicamente Wesley esta Situado, nos contextos da teologia anglicana da ‘via média, do puritanismo inglês, outrossim, do pietismo alemão-moravo, os quais tiveram significativa importância nas suas concepções teológicas. O avivamento metodista é de matriz arminiana, mesmo estando em um contexto calvinista, Wesley pregava a universalidade da graça de Deus. A Teologia Arminiana divergiu do calvinismo, argumentando que os benefícios da graça são oferecidos a todos, em oposição ao princípio calvinista da condenação predestinada, o que levou Wesley a ter divergências com os calvinistas extremados.
Jhon Wesley não escrevera nenhum tomo de teologia sistemática, é qualificado como um teólogo prático, por teologia prática em Wesley entende-se a dialética entre teoria e práticas teológicas, não é a teologia referente as práticas pastorais.
A Igreja evangélica brasileira fora influenciada profundamente pela teologia wesleyana, principalmente no que diz respeito ao arminianismo, mesmo que de forma inconsciente, muitas igrejas professam premissas da teologia wesleyana, dentre elas podemos citar o movimento pentecostal moderno que na sua teologia tem em Wesley algumas referências.
Listarei agora princípios relevantes da teologia wesleyana que precisam ser resgatados pela igreja cristã brasileira.

Wesley e as questões sociais


As comunidades cristãs nacionais na modernidade liquida encontram-se em uma profunda crise de identidade, predominando o império dos extremos, e uma visível dicotomia entre teoria e prática, o neoliberalismo econômico tem sido o paradigma de formatação do pensamento teológico de certas igrejas cristãs; com discursos que demonizam os pobres, em vez de estender as mãos, com a máxima “Penso Logo consumo”. No sermão 116 Wesley faz-nos cônscios da responsabilidade que temos em ajudar os pobres, pois o cristão que angariam reservas sem compartilhar estar irremediavelmente fadado ao orgulho, correndo o risco de perder a salvação. Sem dúvida essa premissa Wesleyna é conditio sine qua non, para experiênciarmos uma fé oniabrangente, e envolvida com alteridade. O metodismo desde os seus primevos sempre pregara, o envolvimentos dos cristãos em questões sociais, como luta pela abolição em sua sociedade escravagista, melhoria nos presídios, e o direito de educação as crianças. A exemplo de Wesley devemos entender que a fé cristã não é apenas contemplação, não é viver uma santidade em uma bolha ascética desconectado de tudo e de todos, mas antes de tudo ter uma mensagem contextualizada a necessidade do ser humano, é ter uma fé Samaritana, que disponibiliza tempo para curar as feridas dos outros

Sobre os extremos. Unidade, Liberdade e Caridade

A polarização tem predominado a igreja brasileira nos últimos tempos, cristãos iguais em muitos aspectos doutrinários, divergindo apenas por questões temperamentais, colocam-se em verdadeiras lutas reivindicando a legitimidade de igreja verdadeira, blasonado das tribunas eclesiásticas toda sorte de maldições contra as demais comunidades cristãs. Por outra lado temos alguns que enfatizam a fé em detrimento as obras, e outros as obras em detrimento a fé, questões que também fora enfrentada por Jhon Wesley no século XVIII Como teólogo da via média anglicana, isto é concomitantemente católico e reformado, Wesley tinha verdadeiro pavor as posições extremistas, o que dificilmente seria entendido pelos cristãos Tupiniquim que convivem harmoniosamente com a desunião extremista. Wesley era contra o hiper-calvinismo que facilmente caiam no “antinomianismo”, de igual modo ao extremo zelo dos irmãos morávos nas obras, que em certo ponto pareciam reivindicar auto-justificação. Wesley enfatizava que iniciativa graciosa de Deus na experiência da salvação e santificação não comportava atitudes antinomianas e quietistas. Saber lidar com as diferenças, e buscar o equilíbrio cristão, indubitavelmente é um grande legado da teologia de Wesley para igreja nacional. “Não se pode fazer coisa melhor do que mencionar o famoso epigrama atribuído a um certo Rupert Meldenius e citado por Richard Baxter. Em coisas essenciais, unidade; nas não-essenciais, liberdade; em todas as coisas, caridade.” (Jhon Stott)

Inteligibilidade wesleyna.

Wesley conseguia trasmitir assuntos complexos em linguagem inteligível ao menos dotados de acuidade intelectual, sendo portanto alcunhado de teologo prático, sem com isso deixar de ser acadêmico; o avivalista escrevia os seus sermões da maneira que ele se dirgia ao povo, discorria sobre as grandes doutrinas da fé cristã de maneira clara, que podia ser apreciado tanto pelos trabalhadores das minas de carvão, quanto para um acadêmcio de Oxford, para aquele ele era inteligivél, para esse era exato. O problema da igreja nacional, não é a falta de inteligibilidade, mas a falta de conteúdo na inteligiblidade, temos o mórbido paradigma de pensar, que sermão substancial têm que vir carregado de teologuês, sendo prerrogativa dos acadêmicos; por outro lado na tentativa em servos claros, somos ralos de conteúdo. Wesley conciliou esses dois principios, que não se excluem, não se aniquilam, mas devem andar de mãos dadas para o crescimento e apontamento do Reino. como nos faz côncios Outler: “O gênio da teologia e prática pastoral de Wesley era sua habilidade de traduzir, sintetizar e comunicar as discussões teológicas complexas em linguagem acessível aos leigos”

Pequenos Grupos. “Ecclesiola in ecclesia”

A exemplo dos pietistas, Wesley também preconizava a formação de pequenos grupos para crescimento e fortalecimento da igreja “ecclesiola in ecclesia”, o que ele denominava de classe. As classes metodistas não eram um fim em sim mesmo, tinha como metas a prática da piedade e misericórdia, e acima de tudo como meio de graça enfatizando a co-responsabilidade uns perantes os outros, sob a supervisão espiritual de um líder. O sistema de pequenos grupos viabiliza o mútuo pastoreamento dos cristãos, e insere e valoriza a participação individual. O principio dos pequenos grupos, de diferentes modos, tem sido usado por muitas comunidades cristãs no Brasil.

Conclusão.

A teologia wesleyana, influenciou e pode continuar a influenciar a igreja brasileira, que hoje mais do nunca precisa repensar os seus paradigmas eclesiológicos. O legado de Wesley conclama-nos a estamos sempre antenados as situações que nos cercam. O desafio moderno da igreja é justamente esse, fazer uma teologia que esteja embasada nas cousas e causas divinas, sem perder a dimensão da realidade, uma teologia que ponha as mãos na massa, se envolva com as massas, pessoas que se encontram marginalizadas nas grandes cidades, sendo exploradas por um sistema financeiro sem coração. Levar as igrejas para as ruas, professar que a nossa paróquia é o mundo, e mais que professar esses princípios vive-los integralmente, pode até ser que seja uma utopia, diante das tiranias pós-modernas, então seja ela uma utopia militante e não utópica.

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