Deus é Brasileiro! E o Espírito Santo é Assembleiano: O neo-gnosticismo.

O termo gnosticismo é uma derivação do vocábulo grego gnosis que significa conhecimento. Os gnósticos professavam que seus devotos adquiriam um tipo especial de iluminação espiritual, alcançando por ela um nível secreto ou mais elevado de conhecimento e intimidade espiritual. Outra tendência do gnosticismo era enfatizar a esfera espiritual em detrimento as coisas tocáveis, afirmando que a matéria era má e por isso tinha que ser relegado à inocuidade. Antes que me chamem de “herege” deixe- me explicar uma coisa. Cremos que nem todos os Assembleianos têm as características que relataremos abaixo, também estamos convicto que o amor a denominação tem que existir desde que não se torne uma obsessão chauvinista.
Na Assembléia de Deus no Brasil, impera uma jactância em relação às outras confissões de fé protestante, aumentando vertiginosamente quando o assunto em questão esta relacionado ao Espírito Santo, para alguns, eles conseguiram aprisionar o “Sagrado” em quatro paredes. O conhecimento da historia denominacional elucidaria e libertaria do nefasto paradigma de nos colocarmos em posição superior. Pensar que somos os únicos que possuem o Espírito Santo seria reviver o gnosticismo, é o mesmo que dizer que Deus é Brasileiro, o que graças a Deus não é verdade, cremos que o Espírito Santo é Deus, e Deus é Livre. Sobre isso nos elucida o “mineiro de boa esperança”. Reis apud Alves (1999, p.6 – 7), comenta

Dizer que Deus é livre significa que ele ri das nossas tentativas de conhecê-lo pela teologia, aprisioná-lo em instituições, administrá-lo pela burocracia. Ele sempre anda por lugares não previstos na companhia de gente estranha, fazendo coisas meio esquisitas, tal e qual Jesus Cristo.

Outra características do neo-gnosticismo no seio das comunidades assembleianas brasileiras é indubitavelmente a acesse exacerbada. A idéia que o corpo é mal, e precisa ser maltratado, são facilmente perceptíveis nas homilias e nas conversas informais. As implicações dessa idéia podem ser mensuradas nos altos níveis de AVC nos pastores da denominação, na diabolização dos esportes e lamentavelmente em questão da higiene pessoal. Saber o que é o protestantismo, é reivindicar o nosso quinhão nesse bolo, é fomentar pensadores, homens e mulheres que não agiriam acriticamente, e teriam a humildade de reconhecer que não fomos nós que compomos a “nona sinfonia”.

Fanuel Santos..